Ideologia, manifestações sociais e luta de classes

A editora Autêntica organizou em 2013 a coleção escritos de Marilena Chauí em 3 volumes organizados por André Rocha. Os textos estão assim distribuídos: volume 1, Contra a servidão voluntária; volume 2, Manifestações ideológicas do autoritarismo brasileiro; e volume 3, A ideologia da competência. Os três volumes cobrem um grande período da produção da autora, com textos recentes e antigos (dos anos 1960 e 1970), a maioria dos quais publicados anteriormente em volumes separados, como: Brasil: mito fundador e sociedade autoritária que reaparece na íntegra publicado no segundo volume da coleção, em capítulos de livros, artigos de jornal e revistas especializadas. No conjunto os volumes apresentam quase a totalidade das discussões de Marilena Chauí sobre ideologia, manifestações sociais, autoritarismo e lutas de classe. Os textos chegam em boa hora e são do interesse de iniciantes e estudiosos das Ciências Humanas e Sociais, e dos professores da rede pública e particular de ensino fundamental e médio.

Relações entre pais e filhos.

Foi publicado pela Companhia das Letras, o livro de Andrew Solomon: "LONGE DA ÁRVORE - Pais, filhos e a busca da identidade", cujo norte é estudar sistematicamente famílias, com histórico de crianças com necessidades especiais, de modo a estabelecer como se firmam nelas as relações entre pais e filhos. Estudo ambicioso de mais de mil páginas, onde o autor pretende mostrar os nexos e padrões de comportamentos de jovens e adultos, e como suas identidades são construídas em meio a questões como homossexualidade, necessidades especiais, doenças mentais, transtornos de personalidade e traumas de infância. O estudo é uma boa dica de leitura para os professores da rede pública e privada, pois, fornece subsídios para pensarmos uma questão hoje tão latente nas escolas.

A coleção Mutações

Os cinco volumes organizados por Adauto Novaes (que vem efetuando esse tipo de trabalho desde o final dos anos 1970) sobre as Mutações que permeiam o pensamento, a época, a sociedade, a cultura e a política, configuram um verdadeiro mapeamento de nossa contemporaneidade. Desde o primeiro volume, que trata das novas configurações do mundo, e passando por "a condição humana", "a experiência do pensamento", "a invenção das crenças", até o "elogio à preguiça", vê-se o cuidado em traçar as mutações, em refletir a dinâmica do passado, do presente e do futuro, a preocupação em definir nosso momento atual, e em pensar estratégias adequadas para poder interpretá-lo, é o desafio a que se propõem os autores dos textos desses cinco volumes. Referências: NOVAES, A. (org.)Mutações: ensaios sobre as novas configurações do mundo. SP: SESCSP; Agir, 2008; NOVAES, A. (org.)A condição humana: as aventuras do homem em tempos de mutações. SP: SESCSP; Agir, 2009; NOVAES, A. (org.)Mutações: a experiência do pensamento. SP: SESCSP, 2010; NOVAES, A. (org.)Mutações: a invenção das crenças. SP: SESCSP, 2011; NOVAES, A. (org.)Mutações: elogio à preguiça. SP: SESCSP, 2012.

A educação para os jovens

Acaba de ser publicado o novo livro de Zygmunt Bauman, Sobre educação e juventude, pela Editora Jorge Zahar. O livro trata da educação no período contemporâneo, no qual a modernidade líquida constitui o paradigma não apenas num campo teórico de discussão, mas igualmente nas práticas de ensino. Para saber mais ver: http://www.zahar.com.br/livro/sobre-educa%C3%A7%C3%A3o-e-juventude

Dicionário de Políticas Públicas

Acaba de ser publicado pela Imprensa Oficial de São Paulo, em dois volumes, o alentado Dicionário de Políticas Públicas, organizado por Marco Aurélio Nogueira e Geraldo Di Geovanni, que vem cobrir uma lacuna, além de ser uma ótima ferramenta para pesquisa e entendimento da questão.

A obra de Fritjof Capra no Brasil

A obra de Fritjof Capra já foi quase toda traduzida no Brasil. Recentemente a editora Cutrix, fez o lançamento dos estudos que dedicou a obra de Leonardo da Vinci, e que, de certo modo, vieram a compor uma trilogia, em: A Ciência de Leonardo da Vinci: um mergulho profundo na mente do grande gênio (2008); A botânica de Leonardo da Vinci: um ensaio sobre a ciência das qualidades (2011); e A alma de Leonardo da Vinci: um gênio em busca do segredo da vida (2012). Além disso, o(a) leitor(a) pode encontrar facilmente seus outros livros: O Tao da Física; O ponto de mutação; A teia da vida; Sabedoria incomum; As conexões ocultas; Alfabetização ecológica; e Pertencendo ao universo. Neles o autor tenta construir uma interpretação sistêmica sobre o mundo, a natureza, o homem, e as conexões entre cada um dos elementos físicos, químicos, biológicos e intelectuais, que constituem a base das relações entre os homens e seu meio ambiente imediato. Ademais, ele tentou articular as concepções científicas do Ocidente e do Oriente, de modo a demonstrar a importância do misticismo, para a própria renovação e avanço das pesquisas científicas de nosso tempo.

Lévi-Strauss e as Américas

No final do ano passado foi publicado o livro Lévi-Strauss e as Américas: análise estrutural dos mitos, pela Editora Loyola, de Ivan Domingues, que dá continuidade ao seu livro Epistemologia das ciências humanas I: positivismo e hermenêutica, lançado em 2004, também pela Loyola. Há muito aguardado, o livro além de traçar o desenvolvimento do estruturalismo e sua introdução no Brasil, faz uma bela apresentação da obra de Lévi-Strauss, dando ênfase a análise de suas Mitológicas, que recebe por parte de Domingues um estudo minucioso.

Qual o valor da história hoje?

O título sugestivo e o conteúdo ainda mais instigante são os ingredientes que fazem desse livro organizado por Marcia De Almeida Gonçalves, Helenice Aparecida Bastos Rocha, Luís Reznik e Ana Maria Monteiro, uma bela indicação de leitura para todos aqueles que tem ou não acompanhado as discussões sobre o ensino de história, as práticas e as representações do ensino, as novas metodologias e os desafios do professor de história, porque até aqueles que não estão familiarizados com a temática, encontrarão neste livro um ótimo material de consulta, por também serem muito didáticos os textos nele reunidos. O livro foi publicado no mês passado pela FVG, e é um ótimo instrumento de trabalho, além de ser de leitura muito agradável.

História das livrarias cariocas

Acaba de ser publicada pela Edusp, História das livrarias cariocas de Ubiratan Paulo Machado, no qual o autor rastreia mais de três séculos de história do livro, por meio de uma análise minuciosa do surgimento e desenvolvimento das livrarias cariocas. Para saber mais: http://www.edusp.com.br/detlivro.asp?id=413919

A obra de Gilles Lipovetsky

A obra de Gilles Lipovetsky tem sido publicada com certa regularidade no Brasil. Seus textos versam da moda contemporânea ao processo de globalização da economia e da cultura, das metamorfoses socioculturais aos mecanismos de dominação social, das revoluções sexuais as inovações comportamentais. Em sua multifacetada investida essa obra pode muito bem contribuir para o ensino de história, na medida em que rompe valores e dá subsídios para que o profissional possa conhecer melhor a sua própria contemporaneidade, de modo a ter maiores possibilidades de ensinar o "estar no mundo" e os processos de construção de identidades para seus alunos. Já se encontra disponível em português. O império do efêmero (1989) O crepúsculo do dever (1994) A terceira mulher (2000) Os tempos hipermodernos (2004) Metamorfoses da cultura liberal (2004) A sociedade pós-moralista (2005) O luxo eterno (2005) A era do vazio (2005) A felicidade paradoxal (2007) A sociedade da decepção (2007) A tela global (2009) O ecrã global (2010) A cultura-mundo (2011) A globalização ocidental (2012). Destaque-se ainda que outro ponto alto em suas discussões é que suas obras normalmente são preparadas a quatro mãos, num trabalho intenso com vários profissionais.

A obra de Hans Ulrich Gumbrecht

A obra de Hans Ulrich Gumbrecht está sendo traduzida e publicada com certo vigor no Brasil, o que deve ser observado com entusiasmo, em função da qualidade de seus textos e de suas análises. Podem ser encontrados: A modernização dos sentidos (1998) Corpo e forma (1998) Em 1926 - vivendo no limite do tempo (1999) História e redenção (2000) As funções da retórica parlamentar na Revolução Francesa (2003) Elogio da beleza atlética (2007) Produção de presença (2010) Graciosidade e estagnação (2012). Além de tangenciar pelos campos da teoria da história, da história da historiografia, da história intelectual, seus textos também são um evidente convite para repensarmos o ensino de história e suas práticas em sala de aula, na medida em que avança sobre temáticas como a dança, as imagens, a forma, o corpo e os sentidos que temos sobre o tempo e as categorias: Passado, Presente e Futuro.

Consciência histórica e aprendizagem

Acaba de ser publicada a tradução do novo livro de Jörn Rüsen, Aprendizagem histórica: fundamentos e paradigmas, no qual discute as modalidades de consciência histórica, os fundamentos da aprendizagem e os processos de ensino-aprendizagem, articulados as possibilidades de transformação social. Referência: RÜSEN, J. Aprendizagem histórica: fundamentos e paradigmas. Curitiba/PR: W.A. Editores, 2012.

Ensino de história e memória social

Foi lançado no final de 2011 o livro de Antonio Simplício de Almeida Neto, que discute as representações utópicas no ensino de história, por meio da análise circunstanciada da experiência de docentes que estiveram lecionando entre os anos 1960/1970 e 1980/1990, com vistas a demonstrar as mudanças nas perspectivas de ensino-aprendizagem, de projetos sociais e utopias, inclusive, dos docentes analisados, o que fez com que a própria dinâmica e expectativas do processo de ensino-aprendizagem fosse igualmente revisto no período contemporâneo, onde as utopias são cada vez mais escassas e o ensino, em muitos casos, já não é visto como um local de possibilidade de mudanças e mobilidade social entre os alunos. Referência: ALMEIDA NETO, A. S. Representações utópicas no ensino de história. São Paulo: Editora da UNIFESP, 2011.

Coleção de Antropologia da Editora Vozes

A Editora Vozes acaba de lançar o sexto número de sua Coleção de Antropologia, A domesticação da mente selvagem, de Jack Goody. Os outros títulos da coleção são:

As estruturas elementares do parentesco, de Claude Lévi-Strauss

Os ritos de passagem, de Arnold van Gennep

A mente do ser humano primitivo, de Franz Boas

Atrás dos fatos - dois países, quatro décadas, um antropólogo, de Clifford Geertz

O mito, o ritual e o oral, de Jack Goody

Para saber mais: http://www.universovozes.com.br/editoravozes/web/view/home.aspx

Negros estrangeiros

Acaba de sair a reedição do livro de Manuela Carneiro da Cunha, Negros estrangeiros: os escravos libertos e sua volta à África, pela Editora Companhia das Letras. A obra é considerada um clássico na literatura sobre a escravidão no Brasil. Publicada originalmente em 1985, o livro traça um panorama representativo sobre a escravidão, e a volta de escravos libertos para a África, na qual a vida de africanos e crioulos é refeita em seu retorno, em meio ao seu encontro com outros ex-escravos, especialmente, nos portos do Golfo do Benin. Num momento de valorização da diversidade étnica e cultural no Brasil, onde a lei 11.645 tem norteado a obrigatoriedade do ensino da cultura e da história africana e afro-brasileira, além da indígena, nos currículos do ensino médio e fundamental, das escolas públicas (e privadas) do país, esta obra é reimpressa em boa hora, pois, oferece uma rica leitura da temática, para que os professores possam mediar suas aulas sobre o assunto. 

Para saber mais:  http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=13109

HOMO ACADEMICUS

Publicado nos anos 1980, e desde então traduzido em vários países, finalmente é traduzido no Brasil o livro de Pierre Bourdieu, Homo academicus, pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Para saber mais:  http://www.editora.ufsc.br/publicacao/detalhe/id/407

Raça, etnia e cultura

A Editora Companhia das Letras acaba de lançar novas edições dos livros abaixo indicados:

PRADO, P. Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

SKIDMORE, T. Preto no branco: raça e nacionalidade no pensamento brasileiro (1870-1920). São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

E acaba de sair o novo livro de Roberto Schwarz, Martinha versus Lucrécia: ensaios e entrevistas.

Para saber mais:http://www.companhiadasletras.com.br/busca.php